29 de janeiro de 2008

Beija-flor



Hoje vi um colibri. É, na California há colibris. Olhava distraída para uma árvore, quando me pareceu ver alguma coisa. Assim como quando vemos um rato a passar e, apesar do nosso cérebro não ser capaz de reconstituir a imagem, temos a certeza de que o vimos. Ora, sendo que os ratos não têm asas e parecia demasiado grande para uma libelinha, deduzi tratar-se de uma pequena ave. Agucei o olhar, fixei a árvore, e de repente vi: um pequeno helicóptero em versão pássaro suspenso no ar, as asas não mais que um rasto de movimento quase imperceptível, mantendo o pequeno corpo quase imóvel. Um passaroco muito interessante, o colibri.

Dedicado ao maradona. O colibri, claro.

23 de janeiro de 2008

Sim, estava a dormir



Se há coisa difícil de entender à população em geral, e aos meus amigos em particular, é o fuso horário, aquilo que leva a que nuns sítios seja de dia e noutros de noite, que umas pessoas estejam a almoçar e outras a jantar, umas a dormir e outras a acordar. Só assim se explica que, passados 2 meses de aqui estar, não rara noite receba chamadas e mensagens entre as 3 e 6 da manhã*. De modo que percebi que é escusado e entrego os pontos, podem-me continuar a ligar à vontadinha toda a noite, que assim como assim, ir trabalhar sem umas olheiritas nem é a mesma coisa.

*uso o telemóvel como despertador e nem sempre me lembro de o pôr no silêncio.

Milk


Eu bem sabia que tinha nascido para ser uma estrela, quer dizer, vá, uma estrelinha. Que isto de vir para a California e não participar num filme, é como ir a Roma e não ver o Papa - contando que se tem algum interesse em ver o Papa, o que não é o meu caso, felizmente. Assim que irei entrar num filme d'oliúde, com realização de Gus Van Sant e Sean Penn starring e tudo e tudo e tudo. Tudo bem que é só figuração, mas isso não interessa nada. Cada vez mais perto da red carpet, é o que é.

Já começa a ser de mais...


Brad Renfro (25.07.82 - 15.01.08)


Heath Ledger (4.4.79 - 22.01.08)

Am I lucky or am I not?


We surveyed nearly 100,000 employees from 446 different companies and asked them to evaluate their employers. These firms ranked the highest.

And the winners are...

1. Google
2. Quicken Loans
3. Wegmans Food Markets
4. Edward Jones
5. Genentech
6. Cisco Systems
7. Starbucks
8. Qualcomm
9. Goldman Sachs
10. Methodist Hospital System

21 de janeiro de 2008

Mais feliz





Voltei de Lake Tahoe viva, inteira e com tudo no sítio, apesar das três quedas aparatosas - ainda não sou lá muito boa a travar. Definitivamente mais feliz.

Infelizmente há poucas fotografias a ilustrar a viagem, essencialmente porque:

1. não é fácil enquanto se desce uma montanha a alta velocidade;
2. para tirar fotografias é preciso tirar as luvas.

Mas posso assegurar-vos que é lindo, lindo, lindo.

18 de janeiro de 2008

Lake Tahoe
















(clicar para ampliar)

Vou aqui e já volto. De preferência sem ossos partidos e com os dentinhos todos.

17 de janeiro de 2008

Only in San Francisco #2

Only in San Francisco #1



Dating code II

Para quem já está cheio de peninha do Ben, mais uma lição sobre dating in America:

Como referi anteriormente, número dado, telefonema dois a três dias depois. Caso não se atenda, voice mail. E aqui então entram os códigos: se responder, é porque estou interessada e lá tenho de levar com um date com expectativa de beijinho no fim como nos filmes, que aqui ninguém quer só fazer amigos; se não responder, é porque não estou interessada e ele parte para outra, sem dramas e sem perder tempo, que por aqui ninguém insiste nem telefona mais vinte vezes só para ter a certeza.

16 de janeiro de 2008

Dating code

Sabem aquelas pessoas que conhecemos no meio de noites de copos, quando a sociabilidade aumenta exponencialmente e o discernimento se vai, com quem se trocam números de telefone vai-se lá saber por quê, e que felizmente têm o bom senso de nunca telefonar? Pois que aqui telefonam. Não no dia seguinte - never ever do that if you don't wanna look too desperate - mas dois ou três dias depois. E mais, e isto sim é tal qual como nos filmes, deixam voice mail. Longos voice mails. E convidam para dates, o que é de longe mais constrangedor que a sms de sondagem que eventualmente se usaria em Portugal, no caso de se decidir tentar a sorte. Assim que o pobre coitado do Ben, que conheci à saída do pub depois de 3 pints que a Sara diz que afinal foram quatro e que segundo ela me olhava com o ar esperançoso de um puto em frente ao presente grande da árvore de Natal, me ligou esta tarde e deixou voice mail: wants to get together. Quis o destino que, após alguns dias a entrar às 7.30 da manhã no trabalho e sair a más horas também, sem ter grande tempo para parar e descansar um bocadito, me ligasse no único dia em que consegui sair mais cedo e dormia a mais ansiada sesta antes de jantar desejando não ser acordada. Foi azar: não vou responder.

12 de janeiro de 2008

Veggies

Se há um grupo de pessoas que verdadeiramente admiro, são os vegetarianos. Sempre que conheço um, experimento um misto de veneração e pena, por saber que perderam para todo o sempre a possibilidade quase orgásmica de degustar um naco em sangue ou uma dourada grelhada, trocando-os por tofu e courgettes. Mas admiro-os, pela abnegação e auto-disciplina, o sacrifício do prazer individual em prol da humanidade, do bem comum e dos animaizinhos. No fundo, são os comunistas da alimentação. Uma espécie de mártires que não morrem. E é difícil não sentir uma certa simpatia pelos mártires. Isto é, desde que não sejam daqueles que se explodem e matam tudo à volta num raio de 50 metros. Basta ver a quantidade de santinhos e a devoção aos pastorinhos. Eu própria, se tivesse vocação para mártir, também me tornava vegetariana. Mas não tenho. E não, acho que a coisa do celibato não conta, porque não é escolha, é falta de alternativa mesmo. Uma pessoa tem mesmo que querer sacrificar-se. Tivesse Jesus tentado fugir da cruz e tínhamos ficado pelo antigo testamento. De modo que continuo a comer a bela da picanha, que assim como assim, deve ser do mais próximo do êxtase que consigo chegar.

Reflexões

Se calhar também não será a melhor ideia do mundo jantar Sushi antes de ir para os copos. Digo eu. Ou então não.

"Mas eu bebi sempre do mesmo copo!"*

Uma pessoa está habituada a beber as suas jolas - finos para os do norte, imperiais para os do sul -, e a coisa corre bem, com unidades moderadas da quais já conhecemos os limites. Sabemos que umas quantas se aguentam bem, e o nosso cerebrozinho memoriza os números, mais que os volumes. E depois vêm as pints, a unidade standard por aqui, que corresponde a cerca de meio litro, contrastando com os nossos míseros 20 cl. Posto isto, não é de estranhar que me sentisse um bocadito bastante tocada, apesar de só ter bebido três. Ou então ando a perder qualidades.

*Private joke

Eu também

Um amigo fidelíssimo fazia-me saber no outro dia um que um dos meus posts estava gravemente contaminado com um erro ortográfico (minha tradução). Erro mesmo que não uma gralha (ou sequer um erro por precipitada tradução de um som), tratava-se sim da conjugação obscenamente errada de um tempo verbal (um verbo que se seguirmos a gramática pelas inflexões afora fica simplesmente ridículo e inverosímil; é lícito supor que me guiei, uma vez mais, pela intuição estética, direitinho à asneira, pois).

Mas o que aqui surpreende não é o erro, o que surpreende é indigência do amigo ao me comunicar o erro, todo paninhos quentes (dizendo que teve dúvida e foi ver ao dicionário, etc.), imagine-se... por email. Se tivermos em conta que se trata de alguém capaz de me telefonar 5 vezes numa hora em circunstâncias tão extremas como a notícia recente da viuvez de alguma famosa jeitosa -- para partilhar a lufada de esperança que isso traz à sua vida --, estão a perceber o escândalo. Se eu tenho um telemóvel ligado 24 horas por dia é para me pedirem boleia para as urgências, para me avisarem de erros ortográficos e para me convidarem para copos (não necessariamente por esta ordem).


in Avatares de um desejo

Blogger tricks

Nada tão bom para animar a malta como de tempos a tempos anunciar que o blog vai acabar. Assim, de repente, sem nenhuma razão especial. É do melhor que há para fases de não apetece e falta de inspiração total. Depois é só aguardar dois ou três dias, deixar que venham a nós as despedidas, os lamentos "ai, como é que vou conseguir sobreviver sem este blog", "a blogosfera ficou mais pobre" e "vamos lá todos fazer greve de fome para que volte", e passada uma semana lá podemos voltar impávidos e serenos, pós-histeria, com a pose magnânima de quem cede às demandas do povo faminto para ficar bem no retrato. Nice and easy and back to the tops.

11 de janeiro de 2008

Fast food favorites




Sinceramente, com tantos Mac's, Fried Chiken's e afins, nao consigo compreender como cheguei aos 27 anos sem conhecer o Philly cheese steak.

Definitivamente não nasci para trabalhar

Sim, eu até gostava de me pronunciar sobre certos assuntos, nomeadamente:

- a lei do tabaco

mas acontece que entro de noite, saio de noite, e se vejo o dia é porque vou almocar e é noutro edifício. Esta vida de escrava Isaura é dificil, ainda mais quando ainda me devem 444 dólares que me davam muito jeitinho, ó se davam. Isto tudo para dizer que haverá opiniões para breve, e daí talvez não, porque não tenho tempo, apenas boas intenções.

Mesmo este post deu um trabalho do caraças a escrever porque tive de copiar os caracteres com acentos e cedilhas um a um, o que, como podem imaginar, é uma grande seca (mas depois o Ricardo deixava de ser meu amigo).

4 de janeiro de 2008

Voltar atrás

Por muito que me custe, chegou a hora de me redimir: lembram-se do tanto que maldisse o cuecão da Scarlett, lembram? Pois que ela coitadinha não tem culpa, que não tem! Aqui nos states, ou é fio dental, ou é cuecão grandão, e não há volta a dar. Mesmo eu, Luna Maria, corada confesso envergar neste momento um belo exemplar da Victoria's Secret com rabo gigante apesar de ser o número mais pequeno. Mas atenção, ainda assim, a minha cuequinha mailinda nem se compara ao horror das acima mencionadas, que com toda a certeza só podiam ser do Walmarts.

2 de janeiro de 2008

Muito a frente

Esta empresa nao para de me surpreender a cada dia que passa. Saia eu da cafetaria quando reparo num desfribilhador* de emergencia numa das paredes. Assim, se alguem tiver ali um piripaque com direito a paragem cardiaca e tudo e tudo, zas, choques electricos e ja esta. Espero e que esteja reservado a quem saiba usa-lo, que descargas assim a maluca sao capazes de nao ser muito recomendaveis, mesmo que se esteja quase a ver a luz, penso eu de que.

*Para quem nao sabe o que e um desfribilhador, recomendo doses macicas de ER, Grey's Anatomy ou House.

** Para quem nao tenha percebido, estou sem acentos e cedilhas.

Da varanda do meu quarto


Mazatlán, México

Cansada, moída, acabadinha de chegar, deixo apenas uma imagem para assinalar o meu regresso.

P.S. A passagem de ano propriamente dita foi em Puerto Vallarta, mas nao disponho de momento de registo fotografico. Nao estivesse eu toda fungosa e entupida em ibuprofeno e teria sido perfeito perfeito.